Fundamentos de Gestão
Organizações e
administrações
Objetivos e recursos são as palavras-chave na definição de
administração e também de organização. Uma organização é uma combinação de
recursos que procura deliberadamente realizar algum tipo de objetivo ou
objetivos. As organizações estão por toda a parte. A universidade é uma delas.
A ONU, a prefeitura, a padaria da esquina também. As organizações são muito
diversificadas quanto a tamanho e forma, produtos e serviços, recursos e áreas
de atuação. As organizações são o principal cenário em que se desenrola o
processo administrativo. A administração é uma tecnologia que permite às
organizações ser capazes de cumprir suas finalidades.
Elementos das organizações
Uma organização é um sistema de recursos que procura realizar
objetivos. Um sistema é um todo complexo
e organizado, formado de partes que interagem, para realizar um objetivo. Todas
as organizações são sistemas, embora nem todos os sistemas sejam organizações.
As organizações têm outros elementos importantes: divisão de trabalho e
processos de transformação. A organização transforma recursos em produtos e
serviços.
Recursos
|
Organização
|
Objetivos
|
Humanos
Materiais
Financeiros
Informação
|
Processos de transformação
Divisão do trabalho
Coordenação
|
Produtos
serviços
|
1) Objetivos
Organizações são grupos sociais deliberadamente orientados para a
realização de objetivos ou finalidades, que podem ser classificados em duas
categorias principais: produtos e serviços. Uma organização em particular pode
produzir diferentes produtos e ao mesmo tempo prestar diferentes serviços. Uma
montadora de veículos, produz e desenvolve veículos e presta serviços como
assistência técnica, por exemplo.
Objetivos de longo prazo são chamados missões ou negócios. Eficácia é a
palavra usada para indicar que a organização realiza seus objetivos. Quanto
maior o grau de realização dos objetivos, mais a organização é eficaz.
2) Recursos
As pessoas são o principal recurso que as organizações utilizam para
realizar seus objetivos. De fato, as organizações são principalmente grupos que
utilizam recursos. Além das pessoas, as organizações empregam dinheiro, tempo,
espaço e recursos materiais, como instalações, máquinas, móveis e equipamentos.
Eficiência é a palavra usada para indicar que a organização utiliza
corretamente seus recursos. Quanto maior o grau de produtividade na utilização
de recursos, mais eficiente a organização é.
Em muitos casos, isso significa usar menor quantidade de recursos para
produzir mais.
3) Divisão do trabalho
Numa empresa, cada pessoa tem atribuições específicas. Divisão do
trabalho é o processo que permite superar as limitações individuais por meio da
especialização. Quando se juntam as pequenas contribuições especializadas,
realizam-se produtos e serviços que ninguém conseguiria fazer sozinho.
Coordenação é o processo que procura atender às necessidades de
interdependência, de modo a atingir a finalidade.
4) Processos de transformação
Por meio de processos, o sistema transforma os recursos para produzir
resultados. Um processo é um conjunto de atividades ordenadas no tempo e
espaço, com começo e fim, entradas e saídas. Alguns processos comuns que se
encontram na maioria das organizações são:
Produção: transformação de matérias-primas por meio da aplicação de
máquinas e atividades humanas, em produtos e serviços.
Administração de encomendas: transformações de pedidos de clientes na
entrega ou prestação de serviço.
Administração de recursos humanos: transformações de necessidades de
mão-de-obra em disponibilidade de pessoas até seu desligamento da instituição.
Atividades
1)
Com base no texto, dê o conceito de organização
e cite alguns exemplos.
2) Quais
são os elementos das organizações?
3) Explique
com suas palavras o significado de missão.
4) Qual
é a diferença entre eficácia e eficiência?
5)
Por que é importância a divisão de trabalho em
uma empresa ou negócio?
Ambiente empresarial
Principais aspectos
ligados à macroeconomia
No início do século XXI, a abordagem dos economistas
tem-se dirigido à Nova Economia, à tecnologia da informação, ao ajuste externo
e interno, à globalização dos mercados, etc. Assistimos às evidências do
impacto dessas mudanças no nosso dia-a-dia, às vezes, sem nos preocuparmos
muito com as consequências. Por isso, fazemos diversas indagações:
Quais são
exatamente os efeitos dessas mudanças? Como elas podem afetar os padrões de
vida e a taxa de crescimento da economia? Como estas mudanças na economia
atingem o emprego e o desemprego, os preços e o equilíbrio do balanço de
pagamentos? Por que razão as rendas são atualmente mais elevadas do que em 1970
e por que, em 1970, eram mais altas do que tinham sido em 1930? Ainda, por que
razão alguns países têm inflação, alta enquanto outros têm preços estáveis?
Quais as causas da recessão e da depressão, e como as políticas públicas podem
evitá-las? Por que a região onde você mora é mais ou menos desenvolvida? Como
explicar taxas tão elevadas de desemprego no Brasil e no mundo?
Várias são as explicações para a questão do
desemprego. Em muitos casos, a razão é atribuída ao próprio indivíduo, por não
estar preparado para as exigências do mercado de trabalho ou por não aceitar
reduções salariais. Na verdade, trata-se da “dança das cadeiras”, conforme
argumentou Souza (2000). Será que, por mais preparado que o indivíduo esteja,
haverá local para ele sentar-se? Estar melhor preparado significa a
possibilidade de primeiro sentar-se na cadeira. Contudo, devemos analisar a
questão na totalidade, ou seja, se a economia não é capaz de gerar cadeiras
suficientes, inevitavelmente, pessoas ficarão de pé, por mais preparados que
estejam. Bom, mas aí argumentam
que é a inovação tecnológica que destrói as cadeiras existentes na economia; o
trabalho humano passa a ser substituído por máquinas. Estaríamos vivendo a
época do fim do emprego, ou seja, nada podemos fazer, e o desemprego é algo
inevitável.
Novamente,
ao observarmos a questão do ponto de vista individual, a inovação tecnológica
causa desemprego. Contudo, ao mesmo tempo em que destrói, cria novos produtos,
empresas, atividades econômicas e empregos. Em outras palavras, a inovação
tecnológica, embora possa modificar o nível de emprego, não determina, a
priori, seu resultado.
Generalizando, os vários argumentos, tais como rigidez no mercado de trabalho,
altos encargos trabalhistas, salários nominais rígidos, etc., são facilmente
refutáveis e não determinam, a princípio, o nível de emprego. O que queremos
argumentar é que estar ou não empregado não é uma mera escolha individual. O
aumento do nível de emprego ocorre quando a taxa de expansão da economia supera
o aumento da produtividade do trabalho (que significa um mesmo indivíduo passar
a produzir mais no mesmo espaço de tempo, fruto de inovações tecnológicas).
Simplificando, o aumento da produtividade dispensa cadeiras. Contudo, o
crescimento econômico deve ser capaz de gerar cadeiras suficientes para
compensar as perdas e ainda absorver os jovens
entrantes no mercado de trabalho. Deparamo-nos,
então, com duas variáveis que, de fato, determinam, a priori, a quantidade de
cadeiras existentes na economia: o crescimento econômico e a produtividade do
trabalho. E quem são os “atores” que decidem sobre essas variáveis? Como anteriormente afirmamos, a inovação
tecnológica, a princípio, não determina o nível de emprego. Essa é uma faceta
menos grave do problema. A outra é a questão do crescimento econômico.
Vamos considerar como dada a variável
produtividade. Caso não houvesse um crescimento da economia suficiente para
absorver os entrantes no mercado de trabalho, inevitavelmente teríamos desemprego,
pois não haveria emprego para os novos profissionais. Percebe-se que isso é o
que acontece no Brasil atualmente. Dessa forma, a
questão agora é entender o porquê de taxas tão
medíocres de crescimento, como por exemplo, o da economia brasileira,
principalmente nos anos 1990 – justamente a década em que assistimos a uma das
maiores taxas de desemprego de nossa história. Agora, trata-se de uma escolha, principalmente, política. Em suma, a
verdadeira explicação para o desemprego é justamente a estagnação do
crescimento econômico.
O crescimento econômico está entre as metas dos
formuladores da política econômica e refere-se à expansão da produção do país,
uma quantidade maior de bens e serviços à disposição da sociedade.
O Sistema de Contas Nacionais, tal como é empregado
no Brasil e no resto do mundo, deve-se aos trabalhos de vários economistas que
se dedicaram à tarefa de homogeneizar a linguagem e definiram todos os fluxos
entre as principais variáveis como: consumo, investimento, renda, poupanças,
produto interno e nacional. Se observarmos o comportamento da economia de um
determinado país, facilmente notaremos que as atividades econômicas oscilam com
o decorrer do tempo. Para medir as oscilações referidas, entre os vários tipos
de indicadores, um dos mais representativos desta performance é o Produto Interno Bruto (PIB),
calculado trimestralmente e que deve ser acompanhado com atenção. O PIB faz uma
radiografia de toda atividade econômica.
O PIB é identificado como o valor monetário de
todos os bens e a ótica da produção, serviços
finais produzidos em um país em dado período de tempo. Dividindo-se o PIB pela
população residente no país, você acha o PIB per capita. Hipoteticamente,
podemos dizer que, se a produção de bens e serviços de um país cresce mais
rapidamente que a taxa de crescimento da população, em média, a produção por
pessoa deve aumentar.
Contudo, lembre-se de que o que importa para as pessoas
é o valor real da moeda, traduzido no
poder de compra da sua renda (salários, juros,
aluguéis e lucro; juros e aluguéis). Onde
estiver ocorrendo um processo de mudança de e a ótica da despesa, preços
(inflação ou deflação), vamos falar em PIB real. Portanto, o que se refere aos PIB
real deve ser compreendido como uma medida de produto que agentes que leva em
conta as alterações dos preços e não pode ser desprezado. A seguinte equação
representa os condicionantes do crescimento econômico:
PIB = consumo
das famílias + gasto do governo + investimento das empresas + exportação
líquida.
Consumo das famílias: ao se apropriarem de suas
rendas, as famílias destinam uma parte ao consumo de bens e serviços. Quanto
mais as famílias consumirem, mais as empresas terão que produzir para suprir as
demandas por bens e serviços das pessoas.
Investimento das empresas: é uma das mais
importantes variáveis para o crescimento de um país. Ao investirem, as firmas
elevam o nível de emprego, produto e renda. As indústrias, na maioria das
vezes, não possuem recursos suficientes para realizar seus planos de
investimento e, com isso, precisam recorrer a empréstimos junto às instituições
financeiras, pagando uma determinada taxa de juros pelo dinheiro que tomam
emprestado. Portanto, para que exista um nível de investimento elevado na
economia, é necessário que se mantenha a taxa de juros baixa.
Gasto público: ao fazer obras, construir, operar
suas estatais, etc., o governo está empregando mais pessoas, expandindo o nível
de emprego e, ao mesmo tempo, dando condições para que as empresas produzam
mais. Assim, ao comprar e produzir mais, o governo causa uma elevação da
produção e do nível de emprego, e aumenta o nível de renda da economia.
Exportação líquida: são as exportações menos
importações de um país. Quanto maior o saldo, maiores o nível de emprego e o
crescimento econômico, já que a produção deve aumentar; quanto menor o saldo,
menor o nível de emprego, pois produtos que eram produzidos aqui passam a ser
comprados do exterior, piorando a produção da economia.
Na avaliação da qualidade de vida da população,
faz-se necessário considerar não apenas os aspectos econômicos, mas também
aqueles ligados à oferta de bens públicos, como saúde e educação, que afetam diretamente o bem-estar. A utilização
de indicadores sociais como parte da avaliação da riqueza de uma região
insere-se na discussão entre crescimento e desenvolvimento econômico. A
preocupação com o bem-estar da sociedade nos remete ao confronto de dois importantes
conceitos: crescimento econômico versus desenvolvimento econômico. Desse modo, observa-se nas sociedades em fase
de desenvolvimento ou subdesenvolvidas a ocorrência de crescimento sem
desenvolvimento. Se o crescimento for muito concentrado, isto é, mal
distribuído, a maior parte da população não se beneficia da elevação da renda
gerada na economia.
ATIVIDADES
1) Identifique
alguns aspectos do crescimento econômico na sua cidade, região e Estado.
2) Pesquise qual é o PIB dos Estados brasileiros?
Identifique as atividades econômicas mais relevantes das nossas
cinco regiões.
3) Elabore
um texto argumentativo explicando os fatores que interferem na taxa de
empregos.
4) Procure pesquisar o IDH de sua cidade e como ele vem evoluindo
Fonte: Economia (introdução) / Carlos Magno
Mendes... [et al.]. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração
/ UFSC, 2007. 158p.
Fonte:
MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração.7. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas,
2007. Ambiente Empresarial